sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

ProDocLin na Austrália


O Instituto Australiano de Estudos Aborígenes e das Ilhas do Estreito de Torres (AIATSIS, na sigla em Inglês – Australian Institute of Aboriginal and Torres Strait Islander Studies) e a FUNAI-Museu do Índio-RJ firmaram acordo de cooperação para troca de conhecimentos e experiências a respeito da documentação e proteção de línguas indígenas. A proposta começou a ser discutida em 2011 entre o então Presidente da FUNAI, Márcio Augusto Freitas de Meira, e o Embaixador da Austrália, Brett Hackett. O AIATSIS é a agência do governo australiano dedicada à pesquisa de questões indígenas. Informações adicionais sobre o AIATSIS podem ser encontradas no site (em inglês): www.aiatsis.gov.au

A primeira fase do acordo está acontecendo de fevereiro a maio 2014, com recursos da Australian Agency for International Development (AusAID) e com a viagem de três meses para a Austrália de três linguistas brasileiros ligados ao ProDoclin (Bruna Franchetto, coordenadora, acompanhada por Lívia Camargo e Rafael Nonato, pesquisadores de dois projetos ProDoclin). Eles estão baseados na capital Canberra, onde estão conhecendo a estrutura e o funcionamento do Aiatsis, bem como seus membros e as atividades diretamente vinculadas a iniciativas de revitalização de línguas aborígenes. Realizarão também viagens de campo para diferentes partes da Austrália participando de oficinas e eventos. O objetivo é divulgar informações corretas sobre a situação dos povos indígenas no Brasil com foco em suas línguas consideradas em termos de graus de vitalidade e ameaça a sua sobrevivência. Ao mesmo tempo, novos conhecimentos serão trazidos ao Brasil no que concerne as metodologias adotadas na Austrália para a revitalização de línguas nativas ‘adormecidas’, condição que, infelizmente, caracteriza a maioria das línguas aborígenes australianas. Por outro lado, o Brasil carece de qualquer política linguística, explícita e fundamentada, voltada para a preservação e promoção das mais de 150 línguas indígenas ainda existentes em seu território.
Bruna Franchetto (coord. do PRODOCLIN) e Livia Camargo (pesquisadora do proj.  YAWANAWA) conversam com o prof. aborígene da língua WIRADJURI na escola pública de Parkes - New South Wales, Austrália. 
(foto: Rafael Nonato)

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